Se tivessem que traçar um mural sobre essa estultice que compõe o cenário latinoamericano atualmente diria-se que tudo não passa de mais uma bobagem. Por outro lado, e de viés, percebe-se que nada mais interessa aos homens de bem do que a restauração da degradação constitucional.
Percebe-se que o maior vazio encontrado na vasta gama de candidatos a presidente é a de que o senhor de tudo seja a vontade de querer e não a de fazer da melhor maneira e pelo bem constitucional.
Nada mais ilude o ser humano do que o que acontece nos quintais da vida no hemisfério sul. Aqui, como se sabe, cada um tenta levar a melhor e da maneira que quer. Verifica-se com isso, a incompetência de simplórios na pessoa de incapazes para o trabalho, ao qual, somente através do sufrágio universal seria possível acontecer. A América do Sul, deixa a vaga impressão de que não passa de um rebotalho.
Mais uma vez os EUA são chamados de imperialistas e usurpadores por aqueles que querem manter-se no poder a qualquer custo. O clima é de guerra? Essa seria uma boa pergunta. Sem resposta, é lógico, porque muitos não querem deixar uma resposta definitiva a essa terrível indagação.
Pessoas que desejam
o "bem maior dos seus países", mas que levam para si o usufruto de uma única pessoa no mando de nação e com "plenos poderes legais"?. Ainda: com direito de possuírem até a uma força militar própria? Seria algo mais evidente do que aprioristicamente acontece na América do Sul. Nada mais. Mencione-se aqui a máxima de que, "O difícil não é iniciar uma guerra, mas vencer".
Alguns desejam o poder e acham que exemplos deixados em passados recentes não passam dos limites da sua região, infelizmente, algumas ainda em conflito. Acreditam, portanto, que a situação deva ser encarada dessa forma e que dessa forma encontram meios de se
manterem na liderança. Mas que liderança? Esta é uma outra indagação dessas que vão e vem a cada dia em que se aproxima o encontro de cúpula na Argentina, encontro esse que deverão se reunir os presidentes da América do Sul, Central e talvez até com a presença do presidente Barack Obama ou um dos seus representantes.
O panorama chega até a ser meio kafkaniano. Verificam-se transmutações de seres em pessoas tal qual o dogma de uma doutrina ineficaz e da qual o Brasil já passou. Levou no seu conjunto, pessoas, líderes estudantis, políticos, sindicalistas e até mesmo integralistas de primeira.
O discurso parece que não mudou. Chega-se a conclusão de que o filme projectado e levado a efeito em telas nacionais de nome "Tropa de Elite", não carece da atenção das cucarachas. Infelizes sonhos que se tornaram pesadelos e que agora estão sob o mando de lideranças incapazes de serem levadas ao voto popular. Perderiam.
Kafka teria receio se vivo fosse ao verificar a transmutação das ideias que ocorrem na mente desses jovens líderes. São infelizes ao tentarem se manter no poder. Subtraem para se o trabalho de muitos como forma e manutenção para destituir uma doutrina que não deu certo. É chegada a hora de todos pensarem realmente qual é o lucro de uma guerra sem fronteiras e de ideias impensáveis. É que quando cessa o direito da razão, começa a incompetência do direito.
Porém, com usos e atributos de procedimentos corretos e legalmente afeitos, os poderes económicos possam levar diante seus mecanismos de produção a contento e levar à condição mais digna aos cidadãos da América do Sul. Sem isso, somente uma ideia kafkaniana seria crível de ser concebida em uma reunião tal qual a que será realizada ou adiada, quem sabe lá, assim denominada de Unasul. Sugestivo nome para uma reunião de cúpula em que se deveriam levar a efeito os dogmas mantidos quando da fundação da OEA e do recente Mercosul.
Compete ainda perguntar a Kafka qual seria o lucro desse manifesto generalizado de mutações
constitucionais que tentam vigorar nesse imenso continente outrora fulgurante. Muito ao acaso ele diria que, "no meu tempo não existia a Fisiologia".
Somos um povo com uma integralidade comum. O Brasil é o único país que tem idioma diferente em todos os países de língua espanhola e já deu o exemplo. Modestamente, acredita-se que não se deve procurar manter os erros, mas aprender com os defeitos deles provenientes. É que com a força bruta não se ganha, mas se usurpa.
Mais criatividade nas indagações e melhores lucros económicos e constituicionais. Caso contrário, o tema central será o mais comum e esperado: as bases americanas na vizinha Colômbia e a paranóia de Hugo Chávez sempre temeroso de uma invasão dos mariners. Bom, mas esse filme já aconteceu e perdurou mais de duas décadas e meia. Percebem agora? Acordos económicos tendem a perdurar efectivamente em nações afeitas a democracias.